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Microplásticos no corpo humano: impactos na saúde e como reduzir a exposição

Cuidados e Bem-estar
Longevidade

25 de fevereiro de 2025

Microplásticos são fragmentos de plástico com tamanho inferior a 5 milímetros. Eles podem ser originados da decomposição de plásticos maiores, como garrafas e embalagens, ou serem produzidos intencionalmente para uso em produtos como cosméticos e microesferas esfoliantes.

Segundo o generalista Eric G. Kirschner, as principais vias de acesso ao organismo são: 

  • Ingestão: consumo de alimentos contaminados, como peixes, frutos-do-mar, sal e água potável, especialmente engarrafada; 
  • Inalação: partículas plásticas presentes no ar, principalmente em áreas urbanas; 
  • Contato dérmico: possível absorção pela pele, embora essa via ainda esteja em pesquisa.

Principais impactos dos microplásticos no corpo humano

A crescente preocupação com a presença de microplásticos no corpo humano se deve aos potenciais impactos na saúde, ainda em estudo. Com base nas pesquisas preliminares, Kirschner explica que a exposição a microplásticos pode estar relacionada a:

  • Danos celulares: os microplásticos podem causar inflamação e danos às células, afetando o funcionamento de órgãos e sistemas.
  • Desregulação hormonal: alguns tipos de plástico contêm substâncias químicas que podem interferir no sistema endócrino, responsável pela produção de hormônios.
  • Problemas gastrointestinais: a ingestão de microplásticos pode afetar a microbiota intestinal, a comunidade de microrganismos que vive no intestino, com consequências para a saúde digestiva e imunológica.
  • Doenças respiratórias: a inalação de microplásticos presentes no ar pode causar irritação e inflamação nas vias respiratórias.

 

Para a clínica geral Patrícia Mattos um dos grandes pontos de preocupação é que, por serem substâncias com potencial para desregular os hormônios, os microplásticos podem contribuir para o desenvolvimento de doenças hormonodependentes, incluindo alguns tipos de câncer, como de mama, próstata e ovário. 

Outra questão trazida pela médica é o efeito da exposição prolongada na microbiota e na barreira intestinal, podendo favorecer processos inflamatórios que, ao longo do tempo, podem aumentar o risco de doenças crônicas e metabólicas.

Ela detalha ainda que, embora sejam necessários mais estudos para comprovar com exatidão os efeitos a longo prazo, já se sabe que a exposição frequente aos microplásticos representa um fator de risco considerável para a saúde. “É essencial adotar medidas para redução dessa exposição no dia a dia, como evitar o consumo excessivo de alimentos embalados em plástico, preferir recipientes de vidro ou aço inox, e utilizar filtros de água de boa qualidade.

Eles podem ser detectados no sangue ou em tecidos do corpo?

Patrícia conta que, atualmente, as técnicas laboratoriais para detectar microplásticos em amostras humanas, como sangue, fezes e tecidos pulmonares, incluem métodos avançados como a espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), microscopia eletrônica de varredura (SEM) e espectrometria de massa. No entanto, essas análises são predominantemente utilizadas em pesquisas acadêmicas e científicas.

Reduzindo a exposição aos microplásticos

Diante desse cenário, é fundamental adotarmos medidas para reduzir a exposição aos microplásticos. Saiba como:

  • Reduzir o consumo: opte por produtos com embalagens reutilizáveis ou sem embalagem, como frutas e legumes vendidos a granel.
  • Evitar o uso de plásticos descartáveis: troque garrafas de água, canudos e sacolas plásticas por opções reutilizáveis.
  • Não aquecer alimentos em recipientes plásticos: o calor pode liberar substâncias químicas dos plásticos para os alimentos.
  • Lavar roupas sintéticas com menos frequência: as roupas sintéticas liberam microfibras plásticas durante a lavagem.
  • Utilizar produtos de higiene pessoal e cosméticos com ingredientes naturais: muitos produtos contêm microplásticos em sua composição.

Entre as principais fontes de microplásticos, a médica destaca a água potável em embalagens plásticas, frutos-do-mar, sal marinho, alimentos processados embalados em plástico e os produtos de cuidados pessoais, como esfoliantes e cremes que contêm partículas plásticas adicionadas.

Uso de descartáveis

Para Patrícia, os plásticos descartáveis são uma das principais fontes de microplásticos no meio ambiente. “Eles se degradam rapidamente, liberando partículas que contaminam a água, o solo e o ar, facilitando a entrada dessas substâncias no organismo”, diz.

Isso é preocupante, pois o contato frequente com esses produtos aumenta significativamente a exposição, seja pela ingestão direta ou pelo acúmulo ao longo do tempo.

A redução da exposição aos microplásticos é um desafio que exige a colaboração de todos. Além das ações individuais, é fundamental que as indústrias adotem práticas mais sustentáveis, como a redução do uso de plástico em embalagens e a busca por alternativas biodegradáveis.

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